Mais uma sessão conjunta entre representantes da Grande Loja Maçônica do Estado de Mato Grosso (Glemt), Grande Oriente do Brasil (Gob) e Grande Oriente do Estado (Goe) foi realizada para divulgar os princípios de um conceito que ganha corpo em nível nacional e mundial: ’Maçonaria Executiva’. O tema foi o foco da palestra ministrada pelo grão-mestre da Glemt, Geraldo Macedo, na noite desta sexta-feira (08), em Alto Paraguai, cidade com pouco mais de 10 mil habitantes distante 190 quilômetros a noroeste de Cuiabá.
É preciso estar em sintonia com os avanços da comunicação, das relações interpessoais e estar pronto para quebrar paradigmas dentro e fora das atividades maçônicas
A cidade que tem a sua economia baseada na pecuária de corte e leiteira também desenvolve projetos de avicultura e piscicultura e vê crescer as expectativas vendo as lavouras de soja avizinhar das suas terras. “Essa horizontalidade que Alto Paraguai busca para a sua economia com grandes reflexos no meio social pode ser usada como exemplo para o que propomos nesse momento de intensa globalização”, comentou Geraldo Macedo.
O grão-mestre observa que a globalização, em todo o seu amplo sentido, não é um fenômeno novo. Segundo ele, suas origens remontem a meados do século 19. “Os fatos se intensificaram no século 20 e ganharam corpo nas três últimas décadas quando o fluxo de comunicação e as informações desenvolveram-se atingindo uma escala mundial”, completa Macedo.
Geraldo Macedo, acompanhado de representantes do Goe do Gob está percorrendo 13 municípios-polos em visitas às lojas maçônicas defendendo um momento importante de virada de página. A Maçonaria, que já foi Operativa e, atualmente se define como Especulativa, busca agora um novo ciclo denominado Maçonaria Executiva. Para Macedo, o conceito é simples. Nada mais é do que o maçom participar mais ativamente da vida social, econômica e política do País. Além disso, é preciso estar em sintonia com os avanços da comunicação, das relações interpessoais e estar pronto para quebrar paradigmas dentro e fora das atividades maçônicas. “Se um dos objetivos da Ordem é estimular que seus membros sejam homens justos e perfeitos, por que não mostrar isso com mais intensidade na prática fora das reuniões maçônicas”?
A proposta não sugere mudanças em regras, leis, ritos e costumes. Não queremos mudar a Maçonaria, mas a nossa maneira de enxergar e fazer as coisas diante de uma sociedade que também busca o mesmo princípio
Se um município como Alto Paraguai que no passado foi área de garimpo desde 1728 – virou distrito em 1948 de Diamantino e município em 1953 - busca virar a página da sua história sob a ótica de um novo conceito, com a Maçonaria não está sendo diferente, alerta o grão-mestre da Glemt. “O que propomos é observar uma tendência mundial que já se desenha há décadas. A proposta não sugere mudanças em regras, leis, ritos e costumes. Não queremos mudar a Maçonaria, mas a nossa maneira de enxergar e fazer as coisas diante de uma sociedade que também busca o mesmo princípio. É importante nesse momento descobrir como perceber o fim de um ciclo e contribuir de forma coletiva para tomar uma nova direção", propõe Macedo.
SOCIEDADE HORIZONTAL
A intenção da Ordem com o conceito de Maçonaria Executiva é chamar atenção de seus membros para o momento em que a comunicação e o compartilhamento de saberes não podem esperar. O acesso à informação e capacidade de organização se multiplicou exponencialmente com a conectividade, a espiritualidade passou a ter importância fundamental para a qualidade de vida das pessoas, a tecnologia elimina processos burocráticos e compartilhar se tornou uma das palavras mais pulsantes da atualidade.
“Não dá mais para olhar o mundo cercado por quatro paredes cheias de simbologias e resumir nossos pensamentos, intenções e ações em um livro ata. Começamos por aí, mas devemos ir à prática revelando à sociedade o orgulho e o privilégio de ser maçom. Como fazer isso? Sendo um pouco mais cidadão do que já somos. Esforço extra nunca é demais. Dessa forma vamos estabelecer uma nova relação com os jovens e com a sua conectividade tecnológica, com as mulheres e com o seu empoderamento em todos os níveis, além de nos reciclarmos enquanto seres humanos e cidadãos”, esclareceu Macedo.
Ele destaca que o ser humano só não tem poder sobre eventos pontuais horizontais, como nascimento e morte. Já a expansão da horizontalidade é totalmente de reponsabilidade e poder do homem. “Relações, valores, atitudes, virtudes, entre outras ações que trocamos com o meio é o que determina a nossa existência. Esses são os nortes que devem nos guiar nesse momento de Maçonaria Executiva, compondo a dimensão da horizontalidade que diferencia o maçom de outras pessoas. Se amplio a minha horizontalidade, irei beneficiar tanto a mim quanto ao outro. O fato é que o modelo vertical de relações não cabe mais nesse mundo cada vez mais dinâmico e moderno. Enfim, Maçonaria Executiva é isso”.
Na quinta-feira (14), Geraldo Macedo profere a mesma palestra para maçons das três potências na cidade de Sorriso, norte de Mato Grosso.
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