Régua para um voto consciente

24 de julho de 2018

Os brasileiros irão às urnas neste ano para eleger dirigentes federais, bem como para as unidades federadas. De longa data respeitáveis iniciativas defendem o voto consciente da cidadania. A Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB), inspirada nos princípios da Sublime Ordem, na defesa de uma Pátria saudável, quer alavancar um novo limiar da consciência nacional para a escolha dos seus dirigentes. Para tanto, a régua deve ser o despojamento, o desprendimento, suplantando interesses pessoais ou gregários.

A questão está em como acertar na escolha dos candidatos, visto que todos eles dizem combater a corrupção, todos dizem ser honestos, todos dizem ser portadores das melhores intenções na defesa da Nação e da coisa pública

Para dirigir a República serão preenchidos os cargos máximos à Presidência e ao Congresso Nacional; para dirigir as unidades federadas, representantes para os governos e legisladores estaduais.

A questão está em como acertar na escolha dos candidatos, visto que todos eles dizem combater a corrupção, todos dizem ser honestos, todos dizem ser portadores das melhores intenções na defesa da Nação e da coisa pública. O problema, todavia, não é o trigo; o joio é a desgraça!

É essa desgraça que deve ser combatida sem tréguas com as sublimes armas que tornam a raça humana superior entre as criaturas divinas. Luther King, Gandhi, Mandela souberam manusear com maestria esses instrumentos na defesa de causas universais. Eles atingiram essa grandeza em detrimento de eventuais interesses pessoais. Esses ícones, bem como tantos outros incógnitos, souberam renunciar a eventuais fortunas materiais em troca da riqueza das boas virtudes que, verdadeiramente, dignificam o ser humano.

É preciso que as pessoas que receberam luzes diferenciadas em razão das oportunidades que tiveram na vida tornem-se exemplos das boas virtudes e cavem masmorras aos dissimulados

A primeira consciência, pois, que deve ser despertada é essa. A de que os candidatos, com malévolos interesses, sejam forçados a renunciar as suas práticas levianas, que transformaram nossas casas legislativas e executivas em estabelecimentos de negócio. As nossas instituições, é verdade, estão a pleno nesse combate, mas ainda patinam na sua ambição. É fundamental, pois, que os cidadãos honrados, os maçons, em particular, sem olhar a interesses individuais, sociais, econômicos ou ideológicos, façam a sua parte no combate à desfaçatez. Que cada um se despoje, se desprenda do senso comum e aplique a sua porção dos notáveis, ainda que desconhecidos, em favor das causas maiores da Pátria.

É preciso que as pessoas que receberam luzes diferenciadas em razão das oportunidades que tiveram na vida tornem-se exemplos das boas virtudes e cavem masmorras aos dissimulados. Esses sempre aparecem como dóceis e prestativos agentes públicos, como construtores de boas intenções, quando, na verdade, não passam de servis despachantes de luxo de greis políticas, econômicas, sociais ou ideológicas. Essa é a consciência que os maçons devem despertar no seio da sociedade. A sociedade não precisa de agentes servis, mansos e benfeitores na aparência, mas de construtores de uma verdadeira Pátria, conforme os desígnios do Grande Arquiteto do Universo.

A Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil, que congrega as 27 Grandes Lojas Maçônicas do País, propugna a que cada maçom brasileiro se disponha a desenvolver essa nova consciência nacional

A segunda consciência a ser despertada é aquela em que o eleitor, que teve menores oportunidades de desenvolvimento intelectual, não seja manipulado. Antes, ele precisa crescer. Ele precisa acordar para ter acesso sobre a verdadeira serventia e funcionamento das instituições, através de informações sadias. Ele precisa ser instruído sobre o que, de fato, o eleito pode fazer. É sabido que executivos e legisladores só têm autonomia de ação em causas coletivas, universais.

Se, porventura, for verificada a oferta de vantagens, particular ou gregária, ela não deve servir de critério para o exercício do voto, além de caracterizar prática criminosa. Em razão disso, os entes diferenciados, sejam indivíduos, instituições oficiais ou sociedades civis organizadas, devem levar instrução aos brasileiros para, verdadeiramente, o exercício de um voto consciente.

A Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil, que congrega as 27 Grandes Lojas Maçônicas do País, propugna a que cada maçom brasileiro se disponha a desenvolver essa nova consciência nacional. Só assim, de fato, o voto se transformará na grande arma de construção de uma Pátria livre, igual e fraterna. Que Deus proteja a todos nós!

Grande Loja do Estado de Mato Grosso
Emitido em 28/03/2024 09:00