O que é a Maçonaria? _
Não é novidade alguma dizer que, ainda nos tempos atuais, a Maçonaria permanece envolta em mistérios, lendas e mitos, o que faz despertar a curiosidade daqueles não iniciados. Numa era onde a tecnologia se aprimora diuturnamente e a informação circula de maneira célere, deparamo-nos com materiais completamente equivocados sobre a instituição, propagando desinformação e fortalecendo estigmas.
Poderíamos dizer que nós, maçons, colaboramos para que tais raciocínios e interpretações ganhem espaço, uma vez que raramente nos posicionamos de forma contrária às narrativas patranhas que, vira e mexe, insistem em aparecer. Contudo, o verdadeiro iniciado pouco se incomoda com essas afirmativas, pois canaliza seus esforços para demonstrar, por meio do exemplo, qual é o papel e a postura do maçom na sociedade, pois nada melhor do que a prática para combater o obscurantismo.
Mas afinal, o que é a Maçonaria? Sem entrar na parte histórica, visto que abordar este aspecto demandaria uma infinidade de linhas, a Maçonaria é uma instituição iniciática que preza pela discrição de suas sessões e discussões, tendo, como filosofia básica, o aprimoramento ético, moral e, sobretudo, espiritual do indivíduo para que este, através de suas ações, promova a transformação social.
O maçom coaduna-se à verdade, repudia, com veemência, o fanatismo, tolera as opiniões divergentes – desde que não atentem contra a própria Ordem e aos princípios de liberdade, igualdade e fraternidade –, e acredita que apenas o conhecimento é capaz de promover a emancipação plena dos povos, desencarcerando mentes que, por vezes, encontram-se presas ou mal instruídas por lideranças que agem ao sabor da conveniência (espíritos tacanhos).
Em suma, é uma associação de homens virtuosos, voltados ao bem-estar não apenas daqueles que integram a Maçonaria, mas da sociedade em geral. Não podemos negar que existam, entre os maçons, elementos pouco condizentes com os princípios preconizados, indivíduos que conseguem passar pela estreita peneira do processo seletivo de iniciação – há de se lembrar que a Maçonaria é formada por homens e, como humanos, todos são passíveis de erros de julgamento – todavia, a mesma chancela que homologa a admissão, deve ser a que pune sem titubear. O maçom aprende pelo bom e pelo mau exemplo: o primeiro deve ser replicado e aprimorado, já o segundo, completamente esquecido e enterrado.
Não discutimos política partidária nem religião, respeitamos todas as crenças. Para ser maçom, é necessário acreditar num princípio criador que chamamos Grande Arquiteto do Universo, como forma de abarcar todas as denominações religiosas. Toda obra deve ser dedicada ao Supremo Criador, pois tudo vem Dele e nossas ações devem agradar, acima de tudo, aos Seus olhos.
Enfim, podemos dizer, sem prepotência, que a sociedade pode enxergar na Maçonaria um porto seguro, posto que os valores e objetivos da Ordem nada diferem daquilo que o cidadão de bem tanto procura: um mundo mais digno e justo, tolerante, onde o interesse coletivo esteja sempre acima do particular, e que se paute pela fé, pelo amor ao país e ao próximo, pela caridade e pela família, sendo esta o sustentáculo da formação do homem.
Pedro Calazans
Sereníssimo Grão-Mestre da GLEMT
